Capoeiristas, parabéns!

Trilha sonora:

A UNESCO – Nações Unidas para Educação, Ciência, Cultura, reconheceu no dia 26 de novembro, em Paris: Roda de Capoeira é Patrimônio Cultural da Humanidade.

28445119_121669762887No Brasil, demorou, mas, saiu. Em 2008, o IPHAN reconheceu a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira como patrimônio cultural brasileiro. Estão no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente.

Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade a Capoeira se junta ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano, ao Círio de Nazaré,  ao Frevo, à Arte Kugiwa-Pintura Corporal (Amapá). 03/08 é o Dia do Capoeirista.

Do século XVII, “Roda de Capoeira” se espalhou na solidariedade e confraternização dos escravos africanos. Como o samba, a capoeira, era “coisa” de negros, gentinha, marginal. Mal vista, proibida.

Sendo um bem imaterial, nossos governos nada fizeram para divulgar e promover a capoeira como produto cultural do Brasil. É graças a dedicados Mestres, alunos, admiradores, que a capoeira se espalhou pelo mundo. A Roda está falando russo, inglês, francês, alemão, sueco, finlandês, japonês, italiano, espanhol.

mestre-Pastinha-228x179Lembremos sempre dos Mestres que não deixaram a bandeira arriar. Foram e são tantos. Mestre Nestor Capoeira abrindo rodas na Europa através da London School of Contemporary Dance. Pastinha, Manga, Pirta, Peter, Paulo Kikongo, Janja, Bimba, Boneco, Paulão, Paulinho, Sabiá…

 

Jelon e Loremil

imagesXQCKXV8NDois baianos da minha geração nova-iorquina. Eles chegaram em 1975 quando a Rua 46 se consolidava como um Brazilian point no centro de Manhattan.  No 37 West hasteei a primeira bandeira brasileira. Tínhamos: Onze lojas. Dois salões de beleza. Cinco restaurantes. Três agencias de viagens. Quatro Delivery Service, tendo à frente a Falcon System , de Helio Gusmão, Mario Magalhães, Fred Santos. Cinco hotéis sempre cheios de brasileiros (Edison, Paramount, Wentworth, Remington, Mansfield). Três médicos. Dois dentistas. Cinco companhias áreas iam ao Rio e São Paulo: Varig, Pan American, Braniff, Aerolíneas Argentinas, Aero Peru. As brasileiras eram as preferidas pelas casas de shows.

 

jornal33Com o Clube Brasileiro de Viagem fretávamos aviões para o Natal em Família. O jornal The Brasilians, bilíngüe, porta voz da comunidade, chegava às universidades. Registrava-se na Biblioteca do Congresso norte-americano.

Com o fim do Baile das Debutantes o Carnaval do Brasil passou a ser o grande happening do mais famoso hotel do mundo. Fantasias e decorações brasileiras surgiam nas vitrines das principais lojas da cidade: Gimble’s, Macy’s, Bloomingdale’s, Sears, Tifanny. A discoteca Tropicália, com o DJ catarinense Peter Martins, era a preferida de astros e estrelas da Broadway, do cinema. Na sequencia o estrondoso sucesso da Ipanema Disco, na Broadway. Mais e mais americanos “descobriam” e queriam conhecer o Brasil. Acontecia o boom brasileiro na Big Apple.

Capoeira Day

Mestre_Jelon-200x300Jelon é um forte. Persista, insista, mas, não desista, é com ele mesmo. Da Academia de Dança La Mamma deu saltos maravilhosos. Durante uma década, acompanhei e prestigiei a sua carreira. Artistas do cinema músculo, como Wesley Snipes, receberam instruções de Jelon. È o único brasileiro no Hall of Fame de Artes Marciais (com David Carradine, Van Damme, Bruce Lee, Chuck Norris). A carreira do Mestre Jelon está cheia de títulos e troféus.

 

 

 

 

proclamcao (1)O prefeito Edward Koch assinou, no palco, a meu lado, a Proclamação oficializando o Brazilian Day em Nova York. Jelon foi à luta, dez anos depois, o prefeito Rudolf Giuliani oficializou o Capoeira Day em 12/05/1995.

Jelon: “O capoeirista deve estar sempre atento ao choque cultural que sofre, ao deixar seu país. Capoeira é uma arte que exige experiência e harmonia para um bom desenvolvimento dos trabalhos”. Hoje, consagrado Mestre de sua arte, empresário, Jelon continua em Nova York com a companhia Dance Brazil.

 

O sonho de Loremil continua sonho meu

loremil03Certa vez, no SOB’s, fiquei maravilhado vendo Loremil dançar samba com mistura de passos coreográficos. Baixo, corpo ágil, ele deslizava pelas pistas com leveza e beleza. Fez trabalhos na Broadway. Coreografia para danças teatrais. Atuou no Clarck Center, Lesly Dance. Criou a Companhia de Dança Loremil Machado. Numa conversa com ele falamos do Brasil tão rico em ritmos e sons não ter uma Companhia Nacional de Danças. “No exterior, a referencia é Carmen Miranda, o carnaval, o Sergio Mendes, o João Gilberto, Tom Jobim, Deodato, Sônia Braga, a Flora Purin, o Toquinho, Vinicius, Maria Creuza, Baden Powell, Milton, Caetano, Gil, Martinho da Vila, são as suas promoções do centro da mais importante cidade do mundo.Carmen È o brasileiro famoso e anônimo que promove os nossos sons, as nossas danças, a.cultura brasileira. Imagine o sucesso e a propaganda se o Brasil tivesse a sua Companhia de Danças e Ritmos. Se apresentando pelo mundo”.

+Em 1994, o jovem baiano Loremil Machado, em Nova York, saiu da vida com muita capoeira e beleza corporal, para dar e ensinar ao mundo.

Mestre Acordeon - CopiaDo Mestre Acordeon:

salvei loremil machado que o tenho la no ceu
pelo ceu grande legado por ele eu tiro meu chape
salvei os tres aqui presente meus amigos convidados
essa roda esta aberta a todo meu obrigado
ie viva meu deus

A Petrobras, que poderia patrocinar a Companhia Brasileira de Danças, com imensa repercussão internacional, injeta milhões em lixo televisivo, em Blog e ONG  partidárias. Com os bilhõe$ roubados- e a roubar- a Petrobrás, poderia patrocinar dezenas de Casa do Brasil e Centros Culturais, no exterior. Os points da autêntica divulgação do Brasil.

Apagão cultural

imagesCR7QC33TDá dó ver um jovem de arte marcial sair de ônibus, carona, do interior da Bahia, para uma competição em Mato Grosso. Do Acre, sem apoio, atravessar o país, para tentar coreografia, dança, no Rio/SP. Vivemos um apagão cultural com escassa oportunidade e cara alternativa.

A classe dirigente acorda, come, descansa, bebe, come, se diverte, fazendo politica partidária e muita mobilização eleitoral. Pois o show não pode parar. E a enganação também não. O país travado. O governo não desata o nó cego que ele mesmo armou. E, camará, muita, mas muita corrupção. Todo dia estoura uma mais cabeluda que a anterior. Bilhões saindo pelo ralo. O país nosso sagrado-sangrando. O que seria melhor para essa gente: uma roda de capoeira ou um corredor polonês?

Palco aberto, democrático, brasileiro

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Sob o meu comando o palco do Brazilian Day nunca foi business. Negocio de um grupo para faturar à custa da imagem do país e da “saudade dos que lutam por uma vida melhor.  Era usado como vitrine e canal para músicos, cantoras(es), capoeiristas, dançarinos, bailarinas, poetas, artistas em geral. Palco sem censura ou discriminação. Aberto à imprensa brasileira e estrangeira. Pois, sem os que passavam o ano todo criando, fazendo, promovendo nossas coisas, o Dia do Brasil não seria uma autentica celebração do Sete de Setembro, a data nacional.

Neste palco virtual www.diadobrasil.com.br está aberto para os que promovem negocios, ciência, tecnologia, literatura, teatro, esporte, culinária, artesanato. A nossa cultura.

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Com Roda de Capoeira, todo dia é Dia do Brasil, pelo mundo afora.

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