Trillha sonora:
A Love story, das muitas que me aconteceram, nos 30 anos, dormindo, acordando, trabalhando, sonhando, sofrendo, amando, pelo, por, com, o Brasil, pelo mundo afora. Foi assim:
Eu dividia um apertamento na Prince Street, Village, NY, com o jornalista Paulo Nascimento, “nosso homem na ONU”. Fomos assistir, no cinema da Waverly Place, Uma Odisséia no espaço.
E ai aconteceu mais um estalo de orgulho, entre tantos que tive no exterior.
Imaginem como vibrei, ao saber que a trilha sonora do filme é do brasileiro Eumir Deodato. Um dia contarei como foi o estalo quando assisti Um homem e uma mulher, em Moscou.
Em dezembro de 1972, na primeira edição do jornal The Brasilians, Eumir Deodato ocupou o Center fold do jornal.
Pianista, compositor, produtor musical, Eumir Deodato é da turma original da bossa-nova. E da turma anos 70 que influenciou a música norte-americana. A bossa nova, tão criticada, abriu vitrines para a música brasileira, para o país.
The Girl from Ipanema com Astrud Gilberto, Frank Sinatra, passou a ser a música brasileira mais tocada, depois de Aquarela do Brasil.
Era in ter brasileiro em conjunto musical.
Principalmente, no ritmo. Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Andy Williams, Harry Belafonte, Sara Vaugh, Perry Como, Stan Getz…todos queriam ter na cozinha aquela batida que somente brasileiro sabe dar. Aquele toque Milton Banana.
Do Um Romão, Airto Moreira, Portinho, Milito, Monteiro, eram requisitados pelos maiores nomes da musica pop. O som Brasil abriu palcos para a música latina.
A disco-music explodiu com salsa, merengue, latin-afro-samba-beat. È desse tempo o grande sucesso de Aretha Franklin, Spanish Harlem, How can you mend a broken heart com Al Green, Land of make believe, de Mangione. Minhas musicas ao amanhecer. O sucesso de Roberto Carlos, Altemar Dutra, deve-se às portas e palco abertos pela bossa nova, samba, carnaval.
Ebola cultural
È com desgosto que reconheço o desinteresse dos nossos governantes, da mídia contaminada com ebola cultural, em relação à criatividade e popularidade de brasileiros no exterior. Nas mais diferentes atividades. Escrevendo daqui da Cuiabá 42 graus à sombra, sol tinindo, eu consigo ver com nitidez, o preconceito, a inveja, o ciúme, com os patrícios que fazem sucesso, mundo afora.
È pecado ter sucesso no exterior.
Ame-o ou deixe-o continua em vigor. È coisa cultural que líderes políticos, jogando brasileiro contra brasileiro, alimentam, criando um fosso de Atraso. É clara a superioridade adquirida de quem está no exterior tendo- ou devendo ter-acesso à Modernidade, à Tecnologia, à Pesquisa, à Ciência, ao Bem estar pessoal, familiar.
Continua sendo pecado “fazer sucesso pelo mundo”. O mote da direita, da ditadura, Ame-o ou deixe-o, continua sendo usado, com rancor e inveja, pela “esquerda”, com matizes “democráticos”.
Mas, afinal, por que olhar com desdém a quem com muito trabalho consegue melhorar de vida no exterior? Esses críticos bobalhões deveriam apontar os responsáveis pelo Atraso made in Brazil. Parar de ficar culpando: a rainha da Inglaterra, da Suécia, Obama, a “crise internacional”, pela má gestão, incompetência, irresponsabilidade, e corrupção. Muita corrupção. Que destroem o país.
È necessário Identificar os que distanciaram o Brasil dos centros de Saber, Tecnologia, Pesquisa, Ciência, Modernidade, jogando o país na corrupção galopante, na patifaria com a coisa pública, nos delírios dogmáticos, no Quarto Mundo, sem Segundo Mundo.
Gente considerada culta massacrou Carmen Miranda. “Disseram que eu voltei americanizada”. Carmen sofreu e muito com as piadas, agressões, mentiras. Não aplaudiam o imenso sucesso dela na Broadway. A mais bem paga atriz de Hollywood.
A bailarina Maisa Tempesta foi a primeira brasileira-depois de Carmen Miranda- com atuação na Broadway. Ela fez parte do elenco de Chorus Line durante as comemorações do Sétimo Ano do Musical.
Conhecendo Nova York, e seus bastidores, posso afirmar que se Carmen Miranda não tivesse talento, não fosse criativa, de uma alegria contagiante, não faria sucesso. Não seria uma estrela do cinema.
Sim, na Broadway, em Los Angeles, você pode deitar-se no sofá do escritório, ficar com o diretor, diretora, mas, se não tiver capacidade profissional, outra/o ocupará o seu lugar. The show must go on.
Mesmo no seu desgosto maior, Carmen Miranda deixou no seu testamento: “devo ser enterrada no Brasil”. Ela, com certeza sentia o que sentimos, “a gente sai do Brasil, mas, o Brasil não sai da gente”.
Há relatos recentes indicando que o tipo de tratamento a ele dispensado, críticas, injúrias, levaram Santo Dumont ao suicídio. Ele foi glorificado em Paris. No mundo. Solitário, desrespeitado, decepcionado, triste, matou-se em seu país.
Gente do Atraso, dogmas, os gurus da Guerra Fria (União Soviética X Estados Unidos) massacraram Carmen, Sergio Mendes, Tom Jobim, João Gilberto, Luiz Bonfá, Walter Wanderley…
A intelligentsia do Atraso deixou uma herança maldita. Seus bisnetos, netos, filhos, afilhados, continuam batendo no mesmo martelo, já sem foice, contra brasileira/o que batalha mundo afora.
Há sempre desdém. Uma frase pejorativa. Principalmente, sobre a mulher brasileira que trabalha e vive no exterior. Pior ainda, se o sucesso é em próspera nação do mundo ocidental.
Acabo de ouvir Spirit of Summer. Eumir Deodato continua compondo, arranjos, trilhas sonoras, comerciais. Com Brazilian proud recordo o dia em que anunciaram a venda de CINCO milhões de cópias de Also Sprach Zarathustra, seu grande sucesso mundial com arranjo sobre Richard Strauss. Eu estava lá quando ele recebeu o Grammy de 1974. Com e por Eumir Deodato, todo dia é Dia do Brasil.
Com alegria, coragem, energia, Eles/Elas, vencem no exterior:
Teste o seu BR
1. Um desses dois homens influenciará o destino do Brasil no próximo governo. Quem são eles? Em que área eles atuam? O que representam? 2. Danuza Leão Conquista Paris. Ela alcançou sucesso internacional como a primeira modelo brasileira a trabalhar para o consagrado costureiro parisiense Jacques Fath. Danuza foi apaixonada por um conhecido ator do cinema francês. Quem? 3. Qual o nome completo de Didi, o criador da “folha seca? Em quais times do Brasil e do exterior ele jogou?
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