Trilha sonora:
Maria d’Apparecida
Tua voz, d’Apparecida, é aparição
Fulgurante, sensitiva, dramática
E vem do fundo negroluminoso de nossos corações
E vai e volta e vai,
Maria d’Apparecida do Brasil,
Aparecedoramente cantaril
(Poema “A Voz” de Carlos Drummond de Andrade).
“Maria conhece todos os segredos e mistérios mágicos da música de seu belo país. Seu talento vocal flui da fonte (Jean-Louis Barrault, consagrado diretor de cinema e teatro).
Maria venceu concurso da mais bela mulata do Rio de Janeiro e serviu de inspiração para Braguinha e Antonio Almeida: a marchinha A mulata é a tal, cantada por Ruy Rey estourou no carnaval.
O prêmio: viagem a Paris. Que Maria soube aproveitar muito bem. Estudou. Foi fundo no canto lírico. Com determinação alcançou o estrelato em terras francesas, européias. Maria d’Apparecida, a primeira negra a interpretar Carmen, de Bizet, no Ópera de Paris. Brilhou em Porgy and Bess, West Side Story, La Voix Humaine.
Participando em campanhas internacionais Maria destacou-se no mundo artístico e social de Paris. Homenageada com a Orphée d’Or, o Grand Prix de L’Academie du disque français. L’ordre pour l’encouragement ET progrés français. Medalha de La Ville de Paris. Chevalier dês Arts ET dês Lettres. Condecorações da Itália, Suécia. Com o disco Brasileiríssimo ganhou o Grand Prix International Du Disque da Academia Charles Cros.
Maria d’Apparecida: primeira negra a interpretar Carmen no Ópera de Paris. Brilhou em Porgy and Bess, West Side Story, La Voix Humaine. Substituiu a diva Maria Callas.
O seu repertório inclui composições de Villa Lobos, Heckel Tavares, Jayme Ovalle, Turíbio dos Santos, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Gil, Tom Jobim. Maria d’Apparecida canta Baden Powell. Nos clássicos, destacou-se em Carmen, Mireille, Danação de Fausto, Mefistófeles, Dialogo das Carmelitas, Les beautitudes, Jeanne D’Arc, Le roi David.
Maria sofreu com a incompreensão de críticos. Bisnetos, netos, filhos, herdeiros ideológicos dos que ofenderam e magoaram Carmen Miranda. Segundo eles, ela, “Voltou americanizada. Está a soldo do Departamento de Estado norte-americano”. Era a Guerra Fria. As redações estavam cheias de partidários e simpatizantes dos interesses ideológicos da União Soviética.
Mesmo maltratada, a “maior bilheteria da Broadway, The Brazilian Bombshell”, a cantora, estrela do cinema, que colocou o Brasil no mapa mundial do entretenimento e turismo, foi incisiva em seu testamento: “quero ser enterrada no Brasil”. E foi.
Assaltada no Rio. Maltratada por “críticos” que a consideravam afrancesada demais para o “gosto deles”, Maria d’Apparecida voltou a Paris, para ser mais uma vez, consagrada: “Maria d’Apparecida é a voz do Brasil. Uma extraordinária embaixatriz vocal de seu país tropical” (Jornal L’OFFICIEL).
Na cultura do coitadinho, alimentada por pilantras na política, sucesso ofende.
“Quando ouço Maria d’Apparecida, penso em Tom Jobim, tantas vezes criticado por sua parceria musical com Frank Sinatra: “Sucesso no Brasil é ofensa pessoal”. Disse Antonio Brasileiro. Sem ele, e seus amigos da bossa nova, o Brasil continuaria um anão no circuito mundial da música pop.
“Penso em quanto os nossos governantes e grande parcela da mídia, são insensíveis. Muitos, invejosos, ciumentos, com a vitória e o sucesso de compatriotas no exterior. E são eles os que, de fato, sem ajuda oficial, promovem e divulgam o Brasil. Com Maria d’Aparecida todo dia é Dia do Brasil. (Jota Alves).
TV Globo troca Brazilian Day por BR
Saraiva, de Nova York:
A nova marca apaga 30 anos de Brazilian Day. Criada para celebrar os 15 anos de atuação do canal internacional da TV Globo.
Durantes os quais, o Dia do Brasil foi o carro chefe da programação “internacional” abrindo caminho para novelas, shows, venda de produtos. A marca BR, com certeza, prepara terreno para novos lançamentos visando audiência da comunidade brasileira nos Estados Unidos.
“O BR Day é o espírito verde e amarelo e a nova marca vem evoluir e reposicionar este dia especial de celebração da nossa cultura.”. (André Dias, Diretor de Projetos Especiais da TV Globo).
“Com o palco do maior festival brasileiro no mundo-criado por Jota Alves, em 1985, numa explosão de liberdade e alegria pelo fim da ditadura militar e da censura à imprensa- exclusivo de artistas e convidados da TV Globo, não há “celebração de nossa cultura”. Com o padrão Globo de cultura o Sete de Setembro é pretexto para mais faturamento. Deixa de ser um evento da comunidade. È festa comercial” (Dr. Samuel, NY).
Teste o seu BR
1. Ele tem 32 anos, 9,52 bilhões de reais. Quem é ele, onde nasceu, onde vive atualmente? 2. Santo Dumont projetou o nome do Brasil. O Pai da Aviação ao regressar de Paris foi criticado e vitima do “sucesso no exterior”. Ele foi assassinado? Morreu de febre amarela, gripe espanhola? 3. Qual imigrante trouxe a semente de soja para o Brasil: alemão, chinês, árabe, italiano, japonês, português?
Brasil X Argentina. 11/10 em Pequim.
Brasil X Turquia. 12/11 em Istambul.
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