“A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem”. Karl Marx.
O Dia Internacional da Mulher não foi dádiva.
Foi conquistado pelas operárias da indústria têxtil de Nova York em 1857. Pelas trabalhadoras de Chicago, Pensilvânia, Berlim, Dublin, Moscou, dos anos 1910 a 1917, quando eclodiu a revolução de Outubro pondo fim ao Império russo. Dando inicio à novas relações de trabalho.
Desde 1922 quando foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS-o Dia da Mulher passou a ser um grande feriado. Milhões morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Mulheres continuam humilhadas, discriminadas, exploradas, mutiladas.
Chegando aos 80 anos Valentina quer voltar
O ponto alto da mulher no século XX foi obtido pela soviética Valentina Tereskova. A primeira mulher cosmonauta/astronauta. Ela embarcou sozinha para o cosmo em 16/06/1963. 48 voltas na órbita da Terra. Completando 80 anos Valentina diz: “John Gleen voltou ao espaço com 77 anos. Eu estou pronta para uma nova viagem”.
Mas, demorou muito para a ONU mundializar a data. Instituindo os anos 1975 a 1985 como a Década da Mulher. O dia 8 de março ficou então no calendário das Nações Unidas: Dia Internacional da Mulher.
Quando muito um poema, uma flor.
No Brasil, mesmo tendo o país a sua primeira mulher presidente, a data é pouco lembrada. O ministério da Cultura sob o comando de mulher. Também Direitos Humanos. Muitos cargos do primeiro escalão da República. A Petrobrás que gasta muito “petróleo” com propaganda é presidida por uma mulher. Não bancou um Especial na TV. Não convidou palestrantes. Não marcou presença na data. Todas parecem contaminadas pelo vírus eleitoral. Poder pelo poder.
Há ”exploradas”, manipuladas, usadas, por homens incompetentes, picaretas, corruptos, encastelados dentro e fora do governo. Há mulheres no poder perdendo a ternura. Ficando duras. Embrutecidas.
Nenhuma emissora de TV aberta se interessou em dedicar à semana, à data, um especial em horário nobre. Quando muito um poema, a imagem de uma flor. Candidatos, neste ano de eleições, colocam frases bonitas no Face. Mandam levantar out door com citações de almanaque. Do Google.
Há muitos filmes e documentários sobre as lutas e as conquistas da mulher. Que tal uma mesa redondaem horário nobre com brasileiras e convidadas internacionais para discutir, esclarecer, informar? “A mulher pode e deve desanuviar a fumaça cultural causada pela poluição política de baixa qualidade que domina o país. Não há direito conquistado em ambiente politico intoxicado pela bandidagem na gestão pública. A conquista não terá valor se o país estiver indo pelo ralo ético, moral, social”. Adriana Berger.
“Liderar uma nação significa cuidar também de suas questões militares”
Muito já foi escrito sobre a emancipação da mulher. O movimento feminista-e suas variantes-dominou o ambiente social e cultural dos anos 60/80. Eis o que diz a escritora Camille Paglia em seu livro Personas Sexuais:
“Falta às mulheres uma educação voltada a desenvolver visões de longo prazo, capacidade de decisão, pensamento militar. Essa história de ser carinhosa e ter compaixão já está resolvida-vamos parar de falar disso. O que não é valorizado como deveria é a capacidade de decisão. E do jeito que as mulheres são educadas, não vejo como essa mudança pode acontecer. Por exemplo:
Liderar uma nação significa cuidar também de suas questões militares. Isso requer um tipo de personalidade firme e assertiva….As mulheres que querem ascender politicamente deveriam estudar história militar e economia. Não é fixando proporções- as mulheres tem de representar 50% dos legisladores-que produziremos lideranças”.
“Hoje estamos felizes com as nossas máquinas de lavar e secar, mas o que isso significa?”
“Mulheres na Itália, França, Espanha, Brasil e países da América do Sul comunicam melhor sua sexualidade, estão mais confortáveis com seu corpo. Afro-americanas também sabem fazer isso”.
Todo dia é dia da Mulher. Todo dia é dia do Brasil.
Faltam neste RH imagens de muitas vencedoras e guerreiras autênticas. Envie fotos, sugestões.
Que outros “Repórter”, blogueiros, jornalistas, locutores, donos de canais de TV, jornais, revistas, sites, neste imenso e diversificado Brasil, prestigiem e defendam a mulher não apenas no “seu” Dia. Mas, todos os dias. Em todas as atividades. Em todas as profissões.
Em cada tribo. Vilarejo. Cidade. Capital. Estado. Valorizem a “prata da casa”. Ver e enxergar. Há heroínas bem perto. Respeitem a Dona do Lar. A companheira. A mulher brasileira. Todas as mulheres.
Expresso neste espaço meu respeito e carinho maior às mulheres que divulgaram o nosso país no exterior. As Brazucas dos outros tempos. Do meu tempo. Dos tempos que virão. Pois a gente sai do Brasil, mas, o Brasil não sai da gente. E o meu apoio incondicional, transparente, às que lutam por um Brasil melhor, honesto, sério. Sem embrutecimento. Sem barbárie. (JA*)
*Jota Alves fundou o jornal The Brasilians e criou o Brazilian Day em Nova York. Foi Secretário de Governo em Mato Grosso. Formado em Direito Internacional, Moscou, Rússia. Edita owww.diadobrasil.com.br. Imagens, sugestões, histórias, eventos, envie para: jotalvesnymt@gmail.com